Exposição anterior:
Paula Sousa Cardoso
You promised me poems
de 2012-09-08
a 2012-10-10
Tendo como ponto de partida a música “Poems” da autoria de Tricky, a série de desenhos “You promised me poems” vem no seguimento conceptual e formal de obras apresentadas anteriormente nas exposições “Matière à Réflection”, “Can you see it more clearly now?” e “You still can´t see it, can you?”. São projeções de introspeções, apresentações de amálgamas de imagens da História de Arte, do Real e do Irreal, de letras de músicas, no fundo, de elementos que habitam em mim.
“You promised me poems” funciona como um processo de catarse perante a instauração e inauguração de sentimentos que as sociedades contemporâneas enfrentam, nomeadamente a ortuguesa, perante situações de crise, de insegurança e, consequentemente, de desconforto. O confronto com deceções e angústias, como se todas as promessas que nos foram feitas, mesmo as herdadas culturalmente, caíssem por terra, leva-nos a refletir sobre a (nova) condição humana e sobre a necessidade de criação de subterfúgios que nos distraiam.
O clima que se vive, algo sombrio e assustador, é camuflado por cores e flores, metáforas para poemas. Recordando Boris Vian na obra “A Espuma dos dias” temos que rodear-nos constantemente por flores para impedir que os nenúfares cresçam e se multipliquem nos nossos pulmões, asfixiando-nos.
Temos que aprender a enfrentar as armaduras de poderosos animais, versões macro do “Rinoceronte” de Dürer, e tentar esquecer as revelações que anunciam e prometem o final do mundo.
Mas, é ainda neste cenário que surge Nemesis (vingança) que, em ordem a manter o equilíbrio universal, procura abater toda a desmesura, como o excesso de felicidade de um mortal. E é neste constante confronto entre os opostos, o Bem e o Mal, entre a ficção (e os seus poemas) e a Realidade que se introduzem algumas variáveis de sistemas abertos e se vislumbra a teoria do caos e o chamado efeito borboleta, projeto que irei desenvolver posteriormente.
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