Exposição anterior:
Paula Sousa Cardoso
De Amor e Luxúria
de 2018-12-01
a 2019-01-17
De Amor e Luxúria
O processo criativo enquanto ato de sublimar (de tornar grandioso e magnífico) gere no indivíduo um efeito de catarse em que tudo se torna verdadeiramente abjeto e/ou belo. Nesta lógica, tudo é passível de representação e os elementos mais díspares coexistem, em processo time lapse, como se o hiato espácio-temporal em que se encontram fosse a única forma de se complementarem.
Assim, nestas composições, partilho o meu ser irrequieto, aquele que é constituído por tantos outros, aquele que estranha a sua obra. Não sei quantas almas tenho porque mudei a cada momento. E é neste modus operandi, de amor e luxúria, que me encontro.
Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é, (...)
Fernando Pessoa